João Leite respira futsal, esteve na órbita de águias e leões mas é um homem com «sangue azul»

A vida do «primeiro profissional português de futsal» começou em Miramar. João Leite construiu os primeiros nove anos da sua carreira no clube de Vila Nova de Gaia, onde foi campeão duas vezes. Depois rumou à Fundação Jorge Antunes, clube pelo qual jogou em três momentos distintos, num intervalo de épocas em que jogou entre Portugal e Espanha. Em terras lusas vestiu ainda a camisola de Freixieiro e Alpendorada. João Leite esteve ainda na República Checa, onde representou o Balticflora, antes de rumar a Moscovo, para defender as cores do KPRF, o seu último clube antes de pendurar as botas.
Da discriminação de Moscovo a um paraíso chamado Dubai
João Leite terminou a carreira de jogador, em 2013, no `Partido Comunista` de Moscovo, assim se traduz a sigla - KPRF - do emblema moscovita que representou. Mas a vida no frio russo não foi agradável. «Fui discriminado em Moscovo e nunca antes o tinha sido», afirmou em declarações ao jornal A BOLA.
Um preconceito de leste que levou João Leite a rumar a casa, a cidade do Porto. Em 2014, João Leite vai para o Al-Alhy, o primeiro emblema que representou como treinador. No Dubai mergulhou num mundo totalmente diferente, daquele que encontrou na Rússia, «um contraste do 8 para o 80».
«No Dubai as pessoas são espetaculares, cinco estrelas. Têm uma cultura totalmente diferente. Aqui no Dubai, os muçulmanos não bebem álcool, já em Moscovo bebia-se muito».
Dos almoços com Carlos Carvalhal a um convite português do Qatar
João Leite esteve a temporada de 2014/2015 como técnico adjunto no Al-Ahly, aí almoçava regularmente com o treinador de futebol Carlos Carvalhal. A milhares de quilómetros do país que o viu nascer, mas sempre na companhia da língua de Camões. João Leite rumou a Doha, capital do Qatar a convite do seu «grande amigo» Nuno Lázaro, treinador principal do Al-Saad. Num país onde joga Xavi, ex-jogador do Barcelona, João Leite fala regularmente com Belchior e Madjer que também se encontram neste país do Médio Oriente.
Chegou a receber contactos de Sporting e Benfica e não esconde o sonho de ser técnico dos leões
Era jogador da Fundação Jorge Antunes, cobiçado pelos grandes emblemas de Lisboa, quando teve oportunidade de ser jogador de Sporting e Benfica mas «motivos financeiros e outros» levaram João Leite a não rumar à capital, para vestir a camisola do Segovia de Espanha, em 2003.
Mais de uma década passou, ainda com o nível I de treinador, João Leite não esconde o sonho de regressar a Portugal para «treinar o Sporting». A seleção? «Quem sabe, um dia».
Um homem com «sangue azul»
João Leite, com 39 anos, tem 8 irmãos, 20 sobrinhos, casado e com um filho de 12 anos vai mantendo, regularmente, contacto com a sua família a 7500 quilómetros de distância. As saudades de quem mais ama mas também do clube do seu coração.
«Cresci ao lado das Antas, sou do FC Porto e acredito que tenho sangue azul», ironizou Bruno Leite que viu o clássico deste domingo entre FC Porto e Benfica, mostrando-se confiante para o futuro.
«Acredito num FC Porto campeão porque tem o melhor plantel».
in abola.pt