Aninha e a paixão pelo futsal aos 53 anos
A atleta superou o preconceito e entrou em quadra depois dos 50 anos de idade, escreve o diariodoaco.com.br
A presença da mulher no desporto tem sido cada vez menos alvo de preconceito, mas essa história nem sempre foi assim. Ana Aparecida de Oliveira, a Aninha, que hoje tem 55 anos, pode realizar o sonho de jogar futsal aos 53 anos de idade. A ala da equipa do Águias, de Ipatinga, Brasil, vem de uma família de seis filhos homens. Única mulher, ela deixou de jogar para não chatear o pai e devido aos percalços da vida. Mas o amor e a vontade de estar em quadra falaram mais alto.
“Lá atrás, quando era mais nova, eu gostava de correr, mas aos 9 anos tive problemas de saúde e fiz tratamento até os 17. Minhas pernas foram paralisadas, tive febre reumática. Tomei benzetacil (injeção) e hoje cuido direitinho da saúde. Eu tenho sequela prolapso da válvula mitral, mas isso não é nada. Vida normal. E o importante é que essas atividades físicas só me ajudam. Ao responder essas perguntas, lembro de tantas coisas boas... Viajei em cada momento, de como tudo recomeçou e sou grata a tantas pessoas que me acolheram, como minha técnica Geisiane Reis e várias outras”, pontua Aninha.
A atleta gostava tanto de desporto que nas aulas de educação física se esforçava para correr e jogar andebol. “Mas meu pai não achava legal a única menina jogar bola. Já minha mãe até que tentava me entender. Ninguém na família pratica futsal, a gente brincava muito no quintal de casa, porque as pessoas iam, mas nós não saíamos pra rua. Eu ficava vendo os meninos jogar. Mas aí eu pensava: ‘não jogo futebol, mas vou correr’. Só que a vida nos prepara outros rumos. Perdi minha mãe e fui cuidar dos irmãos, do pai, da casa e trabalhar. Mas o esporte na minha vida é o que me mantém viva, é a chama que me desperta todos os dias”, assegura.
Início
Aninha não tinha incentivo, mas não desanimou. Chegou a jogar futebol com 25 anos. “Anos depois, meu pai já entendia o meu amor. Comentei com uma amiga que queria jogar futsal e ela me disse que tinha um time no bairro Castelo. Apesar da vergonha eu fui, fiz um treino e me perguntaram se queria ficar com elas e assim aconteceu. Depois passei a treinar no 7 de Outubro, também jogamos na Vila Ipanema e no Recanto. Eu também jogo handebol, comecei há seis meses. Além de praticar corrida”, conta.
Aninha não tinha incentivo, mas não desanimou. Chegou a jogar futebol com 25 anos. “Anos depois, meu pai já entendia o meu amor. Comentei com uma amiga que queria jogar futsal e ela me disse que tinha um time no bairro Castelo. Apesar da vergonha eu fui, fiz um treino e me perguntaram se queria ficar com elas e assim aconteceu. Depois passei a treinar no 7 de Outubro, também jogamos na Vila Ipanema e no Recanto. Eu também jogo handebol, comecei há seis meses. Além de praticar corrida”, conta.
Mensagem
Para Ana, o preconceito em relação à mulher no futebol/futsal ainda existe, mas é menor hoje em dia. “Agora mesmo, enquanto aguardava a reportagem do Diário do Aço, passou um homem e ficou olhando pra mim, como se fosse algo estranho uma mulher uniformizada. Mas alguns perguntam se vai ter torneio, enxergam como algo normal.
Para Ana, o preconceito em relação à mulher no futebol/futsal ainda existe, mas é menor hoje em dia. “Agora mesmo, enquanto aguardava a reportagem do Diário do Aço, passou um homem e ficou olhando pra mim, como se fosse algo estranho uma mulher uniformizada. Mas alguns perguntam se vai ter torneio, enxergam como algo normal.
Mas lá atrás o preconceito era maior. A mensagem que deixo é que nunca desistam dos sonhos, porque as oportunidades estão aparecendo, é preciso ter coragem de ir e começar. Eu tinha um sonho lá atrás e, por motivos pessoais e particulares, foram adiados. Não culpo ninguém, porque respeito e cada época era um pensamento. Mas olha como Deus me deu a oportunidade, aos 53 anos pude recomeçar”, celebra.
Vídeos