Fernando Leitão: "Tenho como objetivo para a próxima época voltar a Portugal"



Fernando Leitão, aos 39 anos, acredita que a sua carreira ainda não está por aqui e, melhor que isso, quer regressar a Portugal, um país onde foi muito feliz, enquanto jogava pelo Sporting CP. Com uma imensa experiência no mundo do futsal, o pivô esteve à conversa com a Zona Técnica.

Zona Técnica (ZT): Com a interrupção dos campeonatos devido à pandemia que causou várias alterações na vida dos atletas, como viveu este final de temporada? Sobretudo sendo a primeira época em França.

Fernando Leitão (FL): Foi uma situação bastante complicada, que nos pegou a todos de surpresa e sem saber como agir! Eu estava sozinho em França e a minha família em Lisboa, sofremos bastante com a distância e sempre preocupados com tudo o que se passava. Seguimos treinando em casa, e fazendo os programas que nos foram passados. Foi triste terminar a época assim, com o cancelamento das competições, mas acho que era o melhor para a segurança de todos!

 ZT: Depois de passagens pelo Brasil, Espanha, Portugal, Itália, Bélgica e França, quais as maiores diferenças que sentiu no futsal de cada país?

 FL: São campeonatos bem diferentes, cada um com sua particularidade. No Brasil, um futsal bastante corrido e baseado na forte individualidade dos atletas. Já em Espanha, muita tática e o atleta realmente aprende a ler o jogo. Portugal é uma mescla entre Espanha e Brasil, o futsal tem evoluído muito aqui com o grande trabalho que vem realizando a FPF. Em Itália, pode-se dizer que é o campeonato mais igualado de todos, defesas individuais e sempre bem fortes. Na Bélgica, o FP Halle-Gooik tem (tinha) um forte do domínio, jogadores são super habilidosos, mas com pouca cultura de tática. E em França tive uma grata surpresa, não é por acaso que a Seleção francesa tem conseguido ótimos resultados, jogadores muito fortes fisicamente, correm muito e a cada dia tem evoluído taticamente.

 ZT: Sente maiores saudades de algum país em particular?

 FL: Gostava muito de jogar em Espanha, foram 6 anos ali, é realmente o melhor campeonato, mas tenho muitas saudades de jogar em Portugal! Foi onde vivi um grande momento da minha carreira.

 ZT: Gostaria de voltar a Portugal?

 FL: Tenho como objetivo para a próxima época voltar a Portugal! Quero ficar mais próximo da família e, por isso, estou à espera de algum bom projeto. O Campeonato português está com um grande nível e será um prazer poder voltar a jogá-lo.
 

ZT: De que forma tem visto a evolução do futsal português?

FL: O trabalho que a FPF e que os membros que gerem o futsal português têm feito é incrível! Eles têm trabalhado muito bem desde a base e a cada dia aparecem novos talentos. O título de Campeão da Europa não foi por acaso e é o fruto de um trabalho muito sério que tem sido feito já há muitos anos!
 

ZT: No ano de saída do Sporting, em 2013, venceu o Campeonato Nacional, batendo vários recordes, e fez ainda a dobradinha, com a conquista da Taça de Portugal. Como foi viver esses momentos?

 FL: Foi o início de um processo, com a chegada do míster Nuno Dias, uma nova filosofia e ideias diferentes. Na verdade, não esperávamos que tivéssemos tanto sucesso logo no primeiro ano, mas acabámos surpreendendo todos e fizemos uma época praticamente perfeita. Foi incrível! Foi o ponto de partida para o Sporting ter todo o sucesso e ser o clube gigante no futsal, que é hoje!
 

ZT: O Campeonato Nacional foi conseguido na casa do eterno rival dos leões, o SL Benfica, de que forma recorda esses momentos?

 FL: Jogar um dérbi é sempre especial, tive o prazer de jogar vários, sempre digo a muita gente: só quem jogou um Sporting - Benfica sabe a força dessa rivalidade! É algo difícil de explicar! E ganhar ao seu maior rival, em sua casa e ainda por cima levar o título, foi uma despedida de gala!

 
ZT: O que recorda com maior carinho do balneário dos leões?

 FL: Éramos muito unidos, o ambiente era saudável e tínhamos um grupo que era extremamente profissional, era fácil trabalhar ali! Fiz grandes amigos, que levarei para sempre no meu coração!

 

ZT: Foi duro sair de um país e de um clube onde foi tão acarinhado?

 FL: Claro que sim, foi bastante duro, queria ter permanecido ainda por muitos anos de leão ao peito, mas, infelizmente, foi um ciclo que chegou ao fim e ficaram as lembranças e o respeito por esse imenso clube. Lembro-me de quando joguei contra o Sporting CP, na UEFA CUP, no Pavilhão João Rocha, foi um dos momentos mais bonitos da minha carreira, com toda a gente a aplaudir-me de pé, confesso que quando lembro deste jogo fico muito emocionado!

 

ZT: Quais os melhores companheiros com que conviveu até hoje?

 FL: Foram tantos, é difícil nomear a todos, mas, se tenho que dizer um da minha época do Sporting, digo o João Benedito! Uma pessoa que era um exemplo de trabalho, excelente companheiro, um grande capitão, que estava sempre pronto a ajudar e a solucionar qualquer que fosse o problema.

 

ZT: Aos 39 anos, que futuro pretende para um possível final de carreira? 

FL: Ainda quero seguir jogando, pelo menos por mais 2 anos! Enquanto me sentir útil e vir que posso estar fisicamente ao nível dos demais, seguirei. Junto a isso, tenho começado a tirar os cursos e formações de treinador desportivo, para logo seguir trabalhando com o futsal, e espero que, quando encerrar minha carreira, já me sinta preparado. É um sonho, mas que ainda pode esperar alguns aninhos!

 

Entrevista por: Maria Pinto Jorge

 

 


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