Nove clubes da Liga Placard protestam com valores de participação

Está em causa a redução do valor dos direitos de participação (onde se incluem os direitos televisivos) sendo que a FPF em relação às outras variantes - futebol feminino e Taça de Portugal de futebol aumentou e manteve os valores da época passada.
A FPF, a cerca de uma semana do início da prova, alterou as regras que tinha apresentado em Março para o biénio 2020/2021 e 2021/2021/2022. Fica aqui a comunicação enviada.
Ex.mo Sr. Presidente da FPF
Esperamos que toda a Direção e seus familiares se encontrem de plena saúde. Os clubes abaixo discriminados vêm expor nos termos seguintes:
1.º No mês de Março de 2020 (fim de semana da final eight da Taça de Portugal), na reunião mantida com clubes da Liga Placard e com os 12 clubes da segunda divisão nacional que disputaram a fase da subida, a FPF informou os demais clubes que, para o biénio 2020/2021 e 2021/2022, poderiam contabilizar o mesmo valor respeitante aos direitos de participação, independentemente da FPF não poder contar com um operador televisivo no que tange ao pagamento dos direitos de transmissão televisivos. Para tanto foi apresentado um quadro onde constavam os mesmos critérios observados nas duas temporadas anteriores a ser respeitados para esse efeito.
2.º Em Maio, a FPF exigiu a apresentação de um orçamento para a época em curso e, naturalmente que os clubes apresentaram no lado das receitas, no mínimo o valor recebido na época passada, não obstante existir uma expectativa de actualização à semelhança do que a FPF fez ao nível do futebol feminino.
3.º Na passada terça-feira, dia 22 de setembro, a escassos dias do início da prova a FPF apresentou um novo quadro com diferentes critérios.
4.º Salvo o devido respeito, os critérios propostos não são plenamente exequíveis, o que naturalmente representa uma redução, em alguns casos significativa da receita que os clubes contabilizaram no seu orçamento. Assim:
a) Os valores dos direitos de participação, de vitória e de classificação, dependem da certificação que não é acessível de forma igualitária por todos os clubes. Efectivamente reconhece-se que a certificação é positiva e acrescenta qualidade, no entanto impõe exigências inacessíveis à realidade de vários clubes. Desde o número de praticantes, à prática no universo feminino, falta de meios humanos em diversas regiões do país, entre outras exigências. Na verdade é imprescindível que a FPF reveja os critérios previstos na certificação sob pena de continuar a existir uma diferença grande entre os clubes e que os vai penalizar.
b) Entendem os clubes signatários que todos os clubes respeitaram os requisitos para participar na Liga Placard, logo não se aceita a penalização evidenciada pela certificação consoante o número de estrelas atribuídas ao nível dos critérios exigidos da classificação final, da participação e dos prémios por vitória. Efectivamente os clubes já são penalizados por não conseguir atingir as 5 estrelas e esta é inquestionavelmente uma dupla penalização.
c) Quanto às limitações impostas ao nível da Formação e do Feminino é importante que a FPF saiba que pais e crianças estão imbuídas de um espírito de medo. Há pavilhões fechados por autarquias, por escolas, há clubes sem actividade ao nível da formação porque simplesmente não há atletas disponíveis, ou os que se disponibilizam comparecem em número muito limitado.Na verdade no seguimento das restrições legais impostas, muitos jovens atletas estão a abandonar as modalidades colectivas como o futsal, escolhendo desportos individuais. Logo, num ano em que a formação, caso arranque, será muito limitada, não se aceitam os critérios em questão.
d) No que tange à penalização referente à utilização de jogadores não formados localmente entende-se que é também inoportuna na medida em que os clubes formaram os seus planteis sem conhecimento prévio desta limitação, a qual representa também uma redução nos valores em questão.
e) Por fim, aguardamos a correcção do critério de premiar os clubes que ocuparem os pavilhões nos seus jogos a realizar na qualidade de visitante numa percentagem de 75 %. Efetivamente, Este critério só se compreende ter sido apresentado por mero lapso, e tal como foi reconhecido pelo representante da FPF deverá ser alvo de nova análise.
Os clubes signatários entendem que as organizações e as competições devem ser pautadas por um princípio básico de estabilidade. Não nos parece correcto à FPF continuar a tomar decisões desta natureza sem, pelo menos, ouvir os clubes. Se queremos um futsal melhor mais evoluído, tal como em qualquer instituição é importante ouvir e convidar os intervenientes a participar nas decisões. Têm sido várias as situações em que tal não acontece. Neste sentido, apelamos ao vosso bom senso no sentido de respeitaram o compromisso assumido em Março, garantindo que os clubes vão receber os valores orçamentados e expectáveis.
Com os nossos melhores cumprimentos,
Os clubes signatários
Belenenses
Burinhosa
Candoso
Elétrico
Fundão
Futsal Azeméis
Portimonense
Sporting de Braga
Viseu 2001
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