RFEF revoluciona o futsal espanhol: eliminados os CESA Sub-10 e Sub-19 e reformulado o sistema de subidas

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) publicou oficialmente as Normas Reguladoras da Temporada 2025/2026 para o futsal, com medidas que alteram de forma profunda o modelo competitivo, tanto nas categorias de formação quanto nas divisões não profissionais.

As mudanças incidem diretamente sobre a estrutura formativa e o sistema de acesso às competições nacionais, obrigando federações territoriais, clubes e técnicos a reformular estratégias e calendários.

 Fim dos Campeonatos de Seleções Sub-10 e Sub-19

Um dos pontos mais polêmicos é a supressão dos Campeonatos de Espanha de Seleções Autonómicas (CESA) nas categorias Sub-10 e Sub-19, tanto no masculino como no feminino. A decisão, inédita nos últimos anos, representa a eliminação de duas das faixas etárias mais estratégicas no processo de formação integral de atletas.

Embora os torneios Sub-12, Sub-14 e Sub-16 se mantenham ativos, o corte de categorias-chaves levanta preocupações sobre a continuidade da pirâmide de desenvolvimento do talento em todo o território nacional.

 Campeonatos de Clubes reduzidos

A RFEF também decidiu eliminar os Campeonatos de Espanha de Clubes em todas as idades, exceto na categoria Sub-19. Esta permanece com o formato tradicional, no qual os dois primeiros classificados de cada grupo disputam o título nacional juvenil.

A medida impacta diretamente o calendário de centenas de clubes de base por toda a Espanha, que perderão a principal vitrine competitiva interterritorial fora do sistema federativo de seleções.

 Reformulação do sistema de subidas  Tercera División

As alterações afetam também o futsal sénior. Na Tercera División, foi modificado o sistema de acesso ao playoff:

Madrid recupera uma vaga de playoff, enquanto Murcia perde esse direito e mantém apenas uma vaga de ascenso direto.

Regiões como Catalunya, Canarias, Galicia, Andalucía e Comunidad Valenciana continuam a liderar em representação, enquanto territórios como Ceuta, Melilla, La Rioja, Baleares ou Navarra disputarão emparelhamentos interterritoriais, reduzindo a previsibilidade e aumentando a dificuldade do acesso.

 Segunda División B

Na Segunda B, a categoria de bronze do futsal nacional, o novo modelo de ascenso terá três eliminatórias com critérios diferenciados:

Os três primeiros classificados de cada grupo acedem à fase de ascenso.

Os campeões de grupo ficam isentos da primeira eliminatória.

Segundos e terceiros defrontam-se entre si, dentro do grupo.

Na segunda fase, os campeões entram em jogo, enfrentando os vencedores da primeira fase, com emparelhamentos evitando confrontos regionais repetidos.

A terceira e última eliminatória segue o formato cruzado habitual.

 Reações e incerteza no setor

A resposta dos clubes e federações territoriais tem sido marcada por preocupação, surpresa e críticas discretas. Para muitos responsáveis técnicos, a eliminação de categorias e a reformulação do acesso dificultam o planeamento de longo prazo e comprometem a igualdade de oportunidades entre territórios.

Especialistas alertam que os novos critérios tendem a beneficiar comunidades com maior densidade de clubes, deixando zonas periféricas ou com menor estrutura federativa em desvantagem competitiva.

 Conclusão

As novas normas da RFEF traçam um novo mapa competitivo para o futsal espanhol. Ainda que possam ter como objetivo racionalizar custos e concentrar talento, a sua implementação exige uma adaptação urgente dos agentes envolvidos – desde as bases até à alta competição.

Para muitos, este é o momento de repensar modelos locais, reforçar alianças interterritoriais e defender um futsal mais inclusivo, equilibrado e representativo.