Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, André Coelho recorda a época 2024/25



Em entrevista exclusiva com o Desporto ao Minuto, André Coelho recorda a época 2024/25, que culminou com o regresso do Benfica aos títulos de campeão nacional de futsal, seis anos volvidos. O fixo, de 31 anos, salienta o que mudou na equipa encarnada com a entrada de Cassiano Klein.
André Coelho feliz no regresso ao Benfica

Depois de quatro épocas bem sucedidas no colosso Barcelona, André Coelho regressou no verão passado a Portugal para representar o Benfica e a escolha não podia ter sido mais acertada.

O fixo, de 31 anos, ajudou o clube da Luz a sagrar-se campeão nacional de futsal, pela nona vez na sua história, colocando, assim, um ponto final na hegemonia do Sporting, que falhou a conquista do inédito penta.

Entretanto, o plantel benfiquista já arrancou os trabalhos de pré-temporada e André Coelho, bicampeão europeu e campeão Mundial por Portugal, salienta os alicerces para manter o êxito sob o comando técnico de Cassiano Klein. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o camisola 8 dos encarnados recorda ainda as intensas 'batalhas' na quadra com o "amigo" Zicky Té, do Sporting.

DM - Como foi este mês de férias na condição de campeão nacional pelo Benfica, algo que não acontecia desde 2018/19?

AC - Foi o meu maior objetivo neste regresso a Portugal e ao Benfica, que é um clube no qual adoro jogar, onde criei muitos amigos. Quando fui para o Barcelona [tricampeão espanhol entre 2020 e 2023] sempre tive esse desejo de voltar e assim aconteceu. Sabia que o clube estava numa situação complicada a nível de títulos de campeão, com o Sporting a conseguir alcançar os últimos quatro. Em 2024/25, coloquei como metas disputar novamente a Liga dos Campeões e ganhar o campeonato.

DM - A última vez que o Benfica foi campeão nacional tinha sido, curiosamente, com o André Coelho no plantel. É o ‘amuleto’ da sorte?

AC - Não me considero nenhum amuleto. Acredito muito no meu trabalho e na minha equipa. Quando cheguei ao Benfica, encontrei uma equipa recheada de jogadores de topo, mas que mentalmente estavam abalados pelas épocas anteriores. Eu apenas vim acrescentar uma visão diferente e tentar ajudá-los ao máximo para que conseguíssemos alcançar os objetivos.

DM - O Benfica venceu a Liga na casa do eterno rival Sporting. Considera o aspeto mental cada vez mais decisivo neste tipo de jogos?

AC - Sim, sem dúvida. Não há nenhum jogo parecido no Mundo do futsal com estas características e com esta rivalidade. É sem dúvida o melhor jogo de futsal do mundo.

DM - Recordando o jogo 5 do playoff de campeão [vitória encarnada por 4-3], qual foi o momento chave para a reviravolta?

AC - A nossa força mental fez toda a diferença. Em nenhum momento, ao contrário de jogos anteriores, deixamos que o resultado [2-0 a favor dos leões] nos desviasse ou colocasse em causa o nosso trabalho e a nossa tarefa. Estivemos sempre tranquilos e focados no processo e no que tinha de ser feito para levantar o troféu.

DM - Ficou na retina os seus duelos com o Zicky Té. Já está com saudades?

AC - Neste momento, e com toda a honestidade, é dos melhores senão o melhor duelo que existe no futsal. Somos dois jogadores que temos uma ambição enorme por ganhar e deixamos tudo de campo. É um privilégio para mim poder jogar com alguém que é meu amigo e que tem a qualidade de um dos melhores do mundo. Ao contrário do que as pessoas podem pensar, temos respeito e lealdade mútua, até porque quando acaba o jogo somos dois amigos que lutam por títulos juntos na seleção.

DM - É verdade que o guarda-redes Léo Gugiel, nomeado o MVP da final, jogou lesionado num pé?

AC - O Léo neste momento é o melhor guarda-redes do mundo e nós temos a felicidade de contar com ele. Tal como o Léo, outros jogadores jogaram tocados e com mazelas o que demonstra a ambição e a determinação deste grupo de trabalho.

DM - Há alguma explicação para os últimos seis anos, que coincidiram com a hegemonia do Sporting na modalidade? 

AC - Não vou comentar porque não estava em Portugal e não consigo retirar conclusões sem ter vivenciado esse período.

DM - Como acompanhou essa fase de menor fulgor a nível de títulos do Benfica?

AC - Acompanhei com alguma tristeza porque é um clube que me diz muito pelas épocas [3] em que lá estive. Vi a frustração no rosto dos meus antigos companheiros e alguns amigos por não conseguirem alcançar os seus objetivos. A época 2024/25 foi uma época de mudanças. Entrou um novo treinador [Cassiano Klein], com novos métodos de trabalho e não é de um momento para o outro que se conseguem as coisas. No final da época, a equipa deu uma boa resposta e notou-se uma equipa mais madura, fisicamente mais apta e mentalmente muito forte e penso que advém daí o nosso sucesso. 

DM - O técnico Cassiano Klein apela muito à parte mental dos jogadores. Surpreendeu-lhe a forma de trabalhar?

AC - Já tinha falado com companheiros que tinham trabalhado com ele. Portanto, já tinha algum feedback e assumo que já estava à espera da forma de trabalhar.

DM - O Benfica conta com muita juventude no plantel. Como um dos elementos mais experientes, que mensagem irá transmitir para 2025/26?

AC - Vou transmitir a mensagem que levo ao longo da minha carreira e que tento sempre passar aos outros: trabalho, dedicação e humildade porque só assim é que os êxitos são alcançados.

DM - Já foram traçados os objetivos?

AC - Quem joga no Benfica sabe que o objetivo é sempre ganhar. Vai ser um ano muito bom com muitas competições para jogar e nós vamos em busca de dar o nosso melhor para conseguir conquistar o máximo de títulos possíveis. 

DM - Na Liga dos Campeões, competição a qual o Benfica não vence desde 2009/10, as últimas três edições foram conquistadas pelo Palma, algo histórico. O futsal português está distante do espanhol?

AC - O futsal português é mais competitivo e jogado com maior intensidade. Em Espanha, o campeonato é mais nivelado entre as equipas e não existe tanto uma diferença como em Portugal. 
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