Integração entre Futebol e Futsal: Sporting promove partilha inédita de conhecimentos



No Jornal A BOLA, a jornalista Filipa Reis relatou um momento singular ocorrido no Multidesportivo de Alvalade: a equipa de futebol sub-19 do Sporting Clube de Portugal participou numa sessão de treino conjunta com a equipa profissional de futsal, liderada por Nuno Dias.

Paralelas e diagonais da quadra para o relvado

Equipa de sub-19 esteve no Multidesportivo de Alvalade a “beber” do treino de futsal. Nuno Dias e José João imbuídos no espírito de partilha de conhecimentos. Gestão de expectativas dos jovens é feita com pinças

Filipa Reis

A intensidade de um jogo de futsal é um espetáculo dentro do próprio espetáculo. Há quem considere que são 40 minutos de exigência máxima, em espaço reduzido, com pouco margem de erro e rapidez na decisão. Ontem, à hora marcada, no Multidesportivo de Alvalade, a equipa de Nuno Dias cumpria mais uma sessão de treino em plena vista na preparação da época, mas com um pormenor diferente: o público fora de verde e branco.
A equipa de sub-19, orientada por José João, esteve a beber conhecimento. Paralelas, diagonais, movimentos de intensidade, garra, objetivos extremamente definidos. Exercícios que têm a sua matriz na modalidade de pavilhão mas que — e foi isso que ontem se quis passar — vamos fazendo alguns que se calhar são semelhantes ao que vocês fazem e vice-versa. Vamos tentar beber do vosso conhecimento e partilhar o nosso, frisou Nuno Dias, em tom informal, na forma de apresentação, mas de forma muito concreta no conteúdo, antes de começar o treino, depois de uma visita guiada aos atletas em cada tarefa. Acho que temos todos a ganhar com partilhas, ninguém é dono da razão, ninguém sabe tudo e acho que é com estes gestos que todos temos a ganhar e espero que tenham sido produtivos para eles, como para nós.
Academia e sub-19. Futsal e futebol. Intercâmbio cruzado e saudável, escreve-se à BOLA.
José João, treinador dos sub-19 de futebol, fez o balanço positivo do que acabou de presenciar: — Em primeiro lugar agradecer muito ao mister Nuno por esta partilha. Estamos a falar de um clube que é o estandarte e uma base, além de todo o processo de formação de jovens.
Olhamos para a equipa de futsal e vemos o mais elevado nível de intensidade, qualidade e competência, dentro do caráter formativo do nosso Sporting e do ADN que está bem vincado. Se há coisas que, na prática, pode ser transportadas para o futebol de 11 — para nós, na parte do futebol de formação, é beber conhecimento e também ser realista.
Fazer esse foco no futsal, e estar a transferir para aquilo que é a nossa realidade competitiva, em modalidade e em qualidade, é especial.
Nuno Dias não esqueceu o processo inverso: há jogadores de futsal que, nas várias épocas e em vários momentos, também vão beber ao futebol de 11 algumas dinâmicas que, depois, adaptam. Por isso, este cruzamento de experiências é uma mais-valia.
Nesta sessão, e já com a época em fase inicial, a gestão de expectativas dos jovens foi sempre feita de forma cuidada, sabendo-se que os próprios sub-19 estão ainda numa fase de maturação e desenvolvimento.

Dois capitães em sintonia

João Matos usava a braçadeira na equipa de futsal e Simão Soares na de sub-19 de futebol

A troca de experiências, aos olhos dos jogadores, tem impacto positivo. Há um elo principal nesta partilha, que João Matos, que veste a braçadeira no futsal, partilha com Simão Soares, no futebol: liderança. É um fator que se impõe de forma natural, mas que tem uma linha direta.
— Esta troca de experiências, para nós jogadores, faz-nos ver de forma mais geral como é o nosso jogo, na nossa modalidade, e percebermos que no fundo o desporto é muito semelhante em muitos pontos — resumiu Simão Soares, dos sub-19.

Três minutos atravessados

Nuno Dias ainda não esqueceu como a equipa perdeu o título na última época com o Benfica

Como o apito final é apenas o fecho do placar, depende sempre da gestão que é feita nos minutos finais. Para Nuno Dias, perder a Supertaça frente ao Porto, sofrer a derrota no prolongamento com o Benfica, ainda mais presente está a forma como a equipa perdeu o título frente ao mesmo rival, em casa, a três minutos do fim, depois de estar a vencer.
— São essas pequenas situações que marcam a diferença. Foram três minutos, mas que acabaram por ditar o desfecho da época. É isso que faz com que estejamos sempre atentos e com a ambição do costume —


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