Entrevista de Bernardo Paçó para o Jornal Record "O Sporting não tem fim de ciclo, tem fome de títulos’”



A conquista da Supertaça frente ao Benfica teve um sabor especial depois do desfecho da última época?

BERNARDO PAÇÓ – Diria diferente e especial, porque queríamos dar uma resposta, não só para os adeptos, mas também para nós. Ficámos com uma angústia muito grande por termos perdido o título [de campeão nacional], ainda por cima em nossa casa. Por isso queríamos mostrar que pretendíamos reconquistar tudo o que perdemos no ano passado. Fizemos um grande jogo!

Muito se falou num fim de ciclo no Sporting. Este jogo veio provar o contrário?
BP – Estou na equipa sénior há seis anos, e há cinco que ouço que o Sporting está em fim de ciclo, que é o fim da era Nuno Dias, mas continuamos sempre a ganhar. A verdade é que na época passada, em quatro títulos nacionais, vencemos dois e não levámos o terceiro por muita incompetência nossa, mas também por qualidade do Benfica. Não sei de que fim de ciclo é que se trata, mas só peço que respeitem um bocadinho os jogadores, a instituição e a história do Sporting.

SEGREDO POR TRÁS DO FESTEJO À 'MINHOCA': "DISSERAM-ME 'NÃO TENS CORAGEM DE FAZER ISSO NUM JOGO'"

O Sporting ao intervalo já vencia por 4-0, mas nunca deixou de procurar o golo. É esta a mentalidade que vos define?
BP – É o que define o Sporting, este grupo de jogadores e os que já aqui passaram, mas especialmente o jogo do Nuno Dias e como ele é como treinador. Estávamos com uma vantagem larga e ele disse: 'Isto não está ganho, temos de fazer mais'. Esse relaxamento que não nos dá faz com que estejamos sempre mais preparados para que não aconteçam dissabores como no passado.

O Bernardo foi um dos destaques da Supertaça e, para além do prémio de melhor guarda-redes da final, ainda fez o gosto ao pé. Foi uma noite perfeita?
BP – A nível individual foi quase perfeito, mas porque a equipa ajudou. Foi dos melhores jogos a nível defensivo que fizemos. Senti a equipa muito unida, bastante confiante, os jogadores solidários uns com os outros, e isso facilita o meu trabalho. Mas claro que também fiquei feliz por marcar, pois foi o meu primeiro golo num dérbi.

E o que foi aquele festejo a rastejar como uma minhoca?
BP – Quando são treinos mais duros, faço isso como se estivesse a rastejar para a bancada. Já nos rimos muito e eles disseram-me: 'Não tens coragem de fazer isso no jogo.' É mais uma brincadeira do nosso grupo.

"Queria ter o Pany na minha equipa"

A transferência do Pany Varela para o Benfica magoou-vos?
BP – Não me magoou. Obviamente que queria ter o Pany na minha equipa, é um jogador excecional e uma pessoa com quem me dou bastante bem, mas compreendo o facto de ter ido para o Benfica. Percebo também que possa existir essa rivalidade, por ter representado o Sporting, mas há poucos clubes de qualidade em que ele pudesse jogar. Obviamente que me entristece vê-lo do outro lado, mas estou de consciência tranquila, não fez com maldade nenhuma para prejudicar quem quer que seja. Ele tem um carinho muito especial por nós e pelo Sporting, nunca o vamos ver a desrespeitar-nos.

Como viu a atitude de Raúl Moreira, coordenador do Benfica, de não cumprimentar os jogadores do Sporting?
BP – Sobre as atitudes dos outros... fica para quem as pratica. Mas em qualquer desporto é preciso mostrar uma imagem de fair play e de união, mesmo que estejamos a vestir camisolas diferentes.

"Gosto e admiro o Ferreira do Zêzere"

A Liga Placard arranca hoje e Sporting e Benfica são os principais candidatos, mas com o Sp. Braga a querer incomodar...
BP – O Sp. Braga, tal como todas as equipas na Liga, têm vindo a crescer. Sente-se um elevar de qualidade, de trabalho, com as equipas a serem mais profissionais e a terem a coragem de jogar contra Sporting e Benfica.

Que equipa acha que pode surpreender?
BP – Gosto e admiro muito o Ferreira do Zêzere. Adoro a maneira de jogar, olhos nos olhos com quem quer que seja, e estão sempre a correr. É magnífico. É talvez a equipa mais chata a seguir a Benfica e Sp. Braga. São muito competitivos e organizados.

E a Liga dos Campeões? É uma meta esta temporada?
BP – Todos os anos é um objetivo trazer a terceira.

Pauleta: o inimigo da música e da moda

Qual é a sua referência ou o seu ídolo no futsal?
BP – O meu ídolo de infância sempre foi o João Benedito, mas depois ganhei outro que me encheu as medidas, o Guitta. Foi o impulsionador da minha carreira.

Qual é o pior DJ dentro do balneário?
BP – O pior que eu alguma vez vi é o Pauleta, mas depois vem o Zicky, que vai buscar músicas que ninguém conhece e depois não percebe nada da letra.

E aquele com pior estilo?
BP – Pauleta também. Ele fecha os olhos e tira uma peça de roupa do armário... ainda por cima amachucada.

Como vai o coração de um futuro pai?
BP – Nervoso e ansioso, esse vai ser o maior desafio da minha vida.

foto - fpf.pt


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