Jorge Braz acredita no futuro: “No futuro virá mesmo uma taça para o nosso museu”
No dia em que a Seleção Nacional feminina de futsal foi homenageada na Cidade do Futebol, após alcançar o estatuto histórico de vice-campeã mundial, Jorge Braz – selecionador nacional masculino e coordenador máximo de todas as estruturas técnicas de futsal da FPF – deixou uma mensagem clara: o futuro pertence a Portugal e às suas mulheres do futsal.
Recebidas pelo presidente da FPF, Pedro Proença, e pela ministra da Cultura, Desporto e Juventude, as jogadoras ouviram elogios e reconhecimento pelo percurso alcançado nas Filipinas. Mas foi Jorge Braz quem lançou o olhar mais profundo e mais ambicioso sobre aquilo que esta equipa representa.
“Esta seleção mostrou ao mundo o que é ser Portugal”
Com o orgulho visivelmente estampado na voz e no olhar, o técnico fez questão de sublinhar aquilo que considera o maior legado deste Mundial: a atitude, o compromisso e a coragem da equipa.
“Fica um orgulho brutal pelo exemplo, pela ambição e pela coragem destas meninas. Tudo o que representaram enche-nos o coração.”
Jorge Braz recordou que o sonho português não é um sonho abstrato: é feito de trabalho, identidade e compromisso diário.
“Assumimos que queríamos ser campeões do mundo. Se assumimos isso, todos os dias temos de nos comportar como campeões do mundo.”
A era dourada do futsal português — e a certeza de que ainda não terminou
Questionado sobre se este é o período mais brilhante da história da modalidade, Braz não hesitou:
“Estamos muito orgulhosos do passado e do presente, mas olhamos sempre para o futuro. Queremos mais.”
Portugal soma, nos últimos anos:
Campeonato da Europa (masculino) – 2018 e 2022
Campeonato do Mundo (masculino) – 2021
Finalíssima Intercontinental – 2022
Europeus Sub-19 – 2019 e 2022
Agora, Vice-Campeonato Mundial Feminino – 2025
Para Jorge Braz, este ciclo não é um acaso. É a consequência de uma cultura que se enraizou.
“No futuro, virá mesmo uma taça aqui para o nosso museu”
Uma das frases mais fortes da conferência de imprensa deixou clara a ambição nacional:
“O futsal feminino é vice-campeão do mundo, mas tenho a certeza de que, no futuro, não virão só estes troféus individuais — virá mesmo uma taça para o nosso museu.”
O timoneiro acredita que esta geração abriu uma porta que nunca mais se fechará. E que as próximas já estão a ser preparadas.
O futuro já começou: Sub-17 e Sub-19 seguem-se na Cidade do Futebol
Braz destacou o papel estruturante da formação e o crescimento acelerado da modalidade:
“A partir de amanhã já estaremos com o hábito de preparar as novas seleções. Teremos as Sub-17, depois as Sub-19… Isto tem de ser contínuo.”
E reforçou o impacto deste Mundial para o futsal feminino português:
“Vamos ter mais meninas a querer jogar futsal. Este reconhecimento social é decisivo.”
O compromisso de uma identidade
A mensagem final de Braz é mais do que futebolística. É cultural. É educativa. É nacional.
“Esta seleção mostrou o que é ser Portugal no futsal: ambição, coragem e compromisso. Queremos mais, muito mais.”
O futsal português vive, de facto, uma das fases mais luminosas da sua história. E, pelas palavras de Jorge Braz, a próxima taça já começou a ser construída — na alma, no treino e no sonho destas vice-campeãs mundiais.